Meu orquidário está localizado no interior de Montenegro-RS, encosta da serra, praticamente ao nível do mar, porém distante a mais de 100 km da costa.

    HABITAT

As orquídeas vegetam em diversos ecossistemas, ainda hoje são chamadas de parasitas por muitos. As que vivem sobre troncos e galhos são chamadas epífitas. Uma orquídea epífita utiliza o galho da árvore apenas como suporte, absorvendo nutrientes que são levados pela água da chuva e depositados em suas raízes por isso não são parasitas.
Uma significativa parcela das espécies vive em ambientes bem diferentes dos galhos  das árvores. Muitas vegetam sobre rochas, são chamadas rupícolas, geralmente em pleno sol. As terrestres, são encontradas nos solos das matas, campos etc

ORQUIDÁRIO

O ideal é usar sombrite de 50% e nos meses de verão usar uma segunda camada de sombrite 50% . O Orquidário é coberto com filme próprio para estufa. Também conheço orquidário sem cobertura plástica, vai depender muito da região, se tem geada, se chove muito, do substrato utilizado. Faço bancadas e coloco tela soldada, ou telha de fibrocimento, colocando os vasos em cima. Muitos utilizam  madeira,  eu prefiro a tela (ventila, não acumula água, não cria limo). Aqui no RS precisamos no inverno colocar filme plástico para estufa nas laterais também, pois tem geadas que matam as plantas mesmo com a cobertura plástica.

REGRAS BÁSICAS DE PLANTIO

Utilizo vaso de plástico, pois para o substrato que uso é o mais adequado, o tamanho deve ser proporcional ao da planta. Vaso grande demais pode reter muita umidade, causando apodrecimento das raízes. A ideia de replantar a orquídea a cada dois anos não é básica, vai depender muito do tamanho do vaso utilizado e do substrato, eu replanto quando a planta está saindo do vaso ou quando o substrato está se deteriorando.

Coloque uma camada de brita ou isopor, no fundo do vaso (2 a 3 cm) para permitir a rápida drenagem do excesso de água, a menos que o vaso seja muito raso e de barro.

 Grande parte  das orquídeas,   progridem na horizontal  e vão emitindo brotos um na frente do outro. Para esse tipo de planta, deixe a traseira encostada na beira do vaso e espaço na frente para dar lugar a novos brotos. Preencha com o substrato de sua preferência comprimindo-o  para firmar a planta, a fim de que, com o vento ou um jato d’água ela não balance, podendo inclusive usar um tutor de taquara para amarrar a planta.

 Há orquídeas que dificilmente se adaptam dentro de vasos. Nesse caso, o ideal é plantar em tronco de árvore. Alguns exemplos dessas espécies são: C. walkeriana, C. schilleriana, C. aclandiae, a maioria dos Oncidiuns, Leptotes, Capanemias.

Orquídeas monopodiais, como Vandas, Rhynchostylis, Ascocentrum devem ser colocadas em cesto ou vaso sem nenhum substrato e exigem um cuidado especial todos os os dias deve-se molhar não só as raízes mas também as folhas.

SUBSTRATO

Definir o substrato principalmente para as epífitas, não é difícil, o mais importante e utilizar materiais que sejam encontrados com facilidade em sua região e que sejam baratos, dependendo do substrato utilizado varia, um pouco a adubação e as regas, disso falaremos depois.

Eu utilizo atualmente, brita nº zero vermelha, pedaços de carvão novo (tamanho da brita ou um pouco maior, não pode ter sido utilizado na churrasqueira), casca de arroz carbonizada (CAC) e ainda casca de pinus fervida, para extrair o excesso de tanino. Também está sendo usado aqui no sul saibro no lugar da brita, misturo tudo em proporções parecidas e está pronto meu substrato, utilizo praticamente em todas as epífitas. Com a experiência percebemos que certas plantas vão melhor com um ou outro substrato. Estes materiais precisam ser lavados para tirar o excesso de pó, areia, etc.

No fundo do vaso uso brita tamanho 01 com carvão  ou isopor picado.

ADUBO

COMPOSIÇÃO BÁSICA DOS ADUBOS

Uma composição equilibrada de adubo deve conter os nutrientes indispensáveis para o bom desenvolvimento da planta em suas diversas fases vegetativas. Podemos dividir estes nutrientes em:

MACRONUTRIENTES: são aqueles que as plantas necessitam em maior quantidade e temos os principais como NITROGÊNIO, FÓSFORO e POTÁSSIO.

SECUNDÁRIOS: CÁLCIO, MAGNÉSIO, ENXOFRE, FERRO.

MICRONUTRIENTES: são essenciais, porém exigidos em menor quantidade. São eles: BORO, CLORO, COBRE, ZINCO, MANGANÊS, MOLIBDÊNIO, COBALTO, SILÍCIO.

FATORES QUE FAVORECEM NA ADUBAÇÃO

1- Regularidade na aplicação, Luminosidade, Umidade, Temperatura, Ventilação, Nível de acidez  e  Concentração das soluções: para as orquídeas, sempre é preferível uma concentração baixa, fazendo-se diluições em doses homeopáticas e com adubações mais freqüentes do que concentrações maiores e adubações mais espaçadas.

DICAS

Adubo minhas orquídeas no inverno e no verão.

Como o crescimento dessas plantas é bastante lento, prefiro adubar semanalmente na dose correspondente ao indicado no produto.

A luz é indispensável no processo de absorção de fertilizantes através das folhas. A umidade do substrato também é fundamental. Quando a planta está desidratada, a absorção foliar diminui.

Evite fazer a adubação nas horas mais quentes do dia. A temperatura ideal gira em torno de 20º C. Regar as orquídeas na véspera da adubação foliar também é muito recomendável.

Costumo regar as plantas antes de aplicar o adubo, espero em torno de uma hora para as folhas secarem e aplico o adubo, depois rego no mínimo 24 horas após, o ideal seria 48h, vai depender do substrato e temperatura local.

Existem dois tipos de adubação: a orgânica e a inorgânica.

FÓRMULAS DE ADUBOS QUÍMICOS MAIS RECOMENDADOS

PLANTAS ADULTAS - Manutenção

Fertilizante líquido NPK 18-18-18 ou 20-20-20, diluído em água nas proporções indicadas pelo fabricante e pulverizado sobre as folhas. 

 PLANTAS NOVAS - Crescimento

Fertilizante líquido NPK 30-10-10, diluído em água nas proporções indicadas pelo fabricante e pulverização sobre as folhas.

FLORAÇÃO

Fertilizante Líquido NPK 8-45-14 ou 10-30-20 diluído em água nas proporções indicadas pelo fabricante e pulverização sobre as folhas.

Nota do autor: Uso basicamente adubo nas fórmulas acima indicadas todos com micronutrientes, são facilmente encontrados nas casas especializadas.

DICA:  A cada 03 meses uso além do adubo escolhido, 10 gotas de beneroc (encontrado em farmácias)  por litro de água, prepara o adubo e põe o berotec.

ADUBO ORGÂNICO  - Bokashi

Nota do autor: Como eu uso substrato inert (brita, carvão e CAC), uso adubo orgânico bokashi, fórmula que indico no site. Uso uma colher de chá  ao lado do vaso, longe das raízes novas a cada 3 meses. (NÃO INDICADO UAR NO INVERNO)

COMO REGAR?

O modo mais fácil de matar uma orquídea é molhando-a demais. Suas raízes  apodrecem, e os fungos se proliferam de forma descontrolada. As regas costumam ser necessárias de 2 a 3 vezes por semana, dependendo do clima, do substrato e da  época do ano.

Não siga à risca regras do tipo "um copo de água a cada 2 dias", pois isso não funciona bem! O melhor jeito é testarmos enfiando o dedo no substrato. Cave levemente e sinta a umidade a cada 2 dias. Se ainda estiver úmido, não regue, espere até secar. Regue até que a água comece a escorrer por baixo do vaso. Na dúvida, é melhor a falta ao excesso de água.

Devemos regá-las de preferência no início da manhã ou final da tarde, evite regar à noite para não deixar as folhas molhadas durante toda à noite.

Dica:

Molha-se as plantas quantas vezes secarem na semana (uma rega leve), e uma vez por semana uma rega mais rigorosa, deixando o vaso bem molhado. Este tipo de procedimento vem nos trazendo bastantes benefícios a partir do momento que adotamos. Então fica a critério de cada um qual procedimento adotar para suas plantas, mas desde que não fuja muito da rega

PRAGAS E DOENÇAS

Devemos ter preocuçação com fungos, lesmas e alguns outras insetos que danificam nossas plantas, há sites mais especializados que identificam as pragas e doenças mas minhas dicas são:

Usar fungicida de contato e também sitêmico intercalados se queres orqquídeas com aspecto bonito e sem pintas preta nas folhas.

Periodicamente usar iscas para lesmas.

Sempre que insetos atacarem suas plantas usar inseticidade adequado e com o uso dos equipamentos de proteção para não ter riscos a sua saúde.